Silêncio
Silêncios complexos
Noites despertas
Dias fugases
O teu olhar é brilho à solta
Quando me sento
a arte toma-me o espirito audaz
e um grito mudo prende
a mentira e solta a verdade...
Há duvidas persistentes
Mas o Sol Outro Mergulha-Me na Existência...
[agora vamos ao que interessa; Fernando Pessoa]
Não Digas Nada!
Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender —
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer
Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Nenhum comentário:
Postar um comentário